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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Alckmin diz que Lula está 'sitiado' e ironiza fim da fase 'Lulinha paz e amor'

Alckmin diz que Lula está 'sitiado' e ironiza fim da fase 'Lulinha paz e amor'

O governador Geraldo Alckmin ironizou neste domingo (28) as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva feitas neste sábado (27) na festa de aniversário do PT, no Rio de Janeiro. Lula disse que os petistas "não podem levar desaforo para casa" e que acabou a fase "Lulinha paz e amor". Ao sair de uma escola no Morumbi onde votou nas prévias do PSDB que definirão o candidato tucano na capital, Alckmin fez um trocadilho com a polêmica envolvendo o sítio frequentado por Lula e sua família. "Lula está sitiado". O Ministério Público investiga se Lula foi beneficiado por construtoras na reforma de um sítio em Atibaia, utilizado por ele e por familiares.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Lula teria dito para Dilma: “Se eu cair, você vai junto”, contou um funcionário do hotel

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A presidente Dilma Rousseff viajou na última sexta-feira (12) para São Paulo com o objetivo de se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma desembarcou no aeroporto de Congonhas por volta das 17h e ficou com Lula até às 20h30.  A reunião durou pouco mais de duas horas e acabou no início da noite. Ambos não quiseram fazer declarações à imprensa.
A viagem, que não fez parte da agenda oficial de Dilma, foi divulgada somente na quinta-feira (11).
OBlog do Camarotti informou que o encontro teve como objetivo diminuir o ambiente de intriga criado entre os dois petistas.
Há um incômodo de Lula pelo silêncio da presidente Dilma depois das denúncias relacionadas ao apartamento triplex, em Guarujá (SP), e ao sítio em Atibaia frequentado pelo petista.
No início da manhã de ontem, um funcionário do hotel Renaissance, onde ocorreu o encontro, contou a um repórter que escutou Lula usando um tom de voz um pouco alterado.
De acordo com o funcionário, que não quis se identificar, em certo momento ele chegou a escutar o ex-presidente se queixando: ” Olha só Dilma, a coisa não está muito boa. Se eu cair, você vai junto. Tá ficando difícil “

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

“Gay é minoria? No carnaval de Salvador não”, avalia Ricardo Boechat após curtir folia baiana

Foto: Varela Notícias

Pela primeira vez o Carnaval de Salvador contou com a presença do jornalista Ricardo Boechat, apresentador do “Jornal da Band”, e em seu programa de rádio o âncora comentou sobre a folia baiana. Ele destacou a presença marcante da comunidade LGBT na festa de Salvador e frisou a alegria da mesma.
“Gay é minoria? Venha aqui em Salvador. É impressionante como essa comunidade movida à alegria é o fator marcante do Carnaval de Salvador. Não tem isso de preconceito, escondido, estão definitivamente com seu espaço ocupado, sua alegria. São incansáveis. E quem olhar diferente vai levar um beijo”, disse, acrescentando que mesmo podendo ser minoria, a comunidade LGBT não se coloca desta forma durante o carnaval.
“A gente é muito marcado, e com razão, por uma história de preconceito, exclusão, que é sinalizada pela questão da maioria reprimindo uma minoria. Mas em determinados espaços esse equilíbrio acontece. Em Salvador as pessoas ocupam as ruas e a comunidade gay não é minoria. Se é, se coloca aqui como um grupo que não está disposta a agir diferente do que deseja fazer”, falou. (VN)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Denúncias sobre sítio e triplex ajudam a desconstruir mito Lula

O ex-presidente em imagem de arquivo.

Mas agora, ao ter seu nome envolvido no que as autoridades acreditam ser um possível episódio de troca benesses – que incluiriam um elevador privativo no tríplex – por contratos com o Governo, a reputação do líder petista sentiu o abalo. Vale lembrar que todos os ex-presidentes, de José Sarney a Lula, passando pelo tucano Fernando Henrique Cardoso, e políticos de modo geral, são frequentemente cortejados com presentes, favores e agrados por parte do empresariado, em relações que muitas vezes se encontram na fronteira entre o imoral e o ilegal. "Não basta parecer sério, é preciso ser sério", diz o provérbio atribuído ao imperador romano Júlio César, referindo-se à sua ex-esposa Pompeia.
Se no passado outros políticos brasileiros tiveram 'agrados' questionados, agora é Lula quem está no centro das atenções, justamente quando sua sucessora está no poder, e quando seu partido tem declarado interesse nas eleições de 2018. Por isso, cabe a ele justificar que o que parece ser não é exatamente. Nos últimos dias a seriedade do ex-presidente foi posta à prova com a divulgação de um ofício do delegado da Polícia Federal Marlon Cajado, responsável pela Zelotes, no qual ele confirma a existência de um inquérito para apurar se o ex-presidente e outras pessoas participaram do esquema investigado ou se foram vítimas do mesmo. Assim, Lula entrou de vez nas duas operações da Polícia Federal: seu nome começou a ser atrelado à Lava Jato e já é investigado na Zelotes.
O reflexo da crise na imagem do petista se traduz em números. Pesquisa do instituto Ipsos divulgada nesta semana apontou que apenas 25% dos entrevistados consideram que o petista é honesto. Durante o escândalo do mensalão eram, 49% acreditavam na idoneidade do líder. E não é só: 68% das pessoas acham que Lula não tem moral para falar de ética, (ante 57% em 2005), e 67% disseram que a Lava Jato mostra que o ex-presidente é tão corrupto quanto outros políticos (no mensalão 49% tinham essa percepção). Soma-se a isso a péssima avaliação do Governo de Dilma Rousseff, o naufrágio ainda sem socorro da economia brasileira e a expectativa de mais um ano de martírio na relação do PT com o Congresso – sem contar o surto de doenças com o zika vírus –, e têm-se os ingredientes que podem jogar vinagre nas aspirações do ex-sindicalista de subir, pela terceira vez, a rampa do Palácio do Planalto.
Os números são influenciados fortemente pelo bombardeio sofrido pelo ex-presidente na imprensa, que colocou sob escrutínio seu patrimônio – e de seus amigos. Alguns veículos fizeram até mesmo o levantamento de quantas vezes Lula esteve no sítio de Atibaia (111 vezes), filmagens aéreas da região, e o cálculo do tamanho da propriedade: 173.000 metros quadrados ou 24 campos de futebol, como repetem diariamente os noticiários. É aí que mora o perigo, segundo alguns analistas. O brasileiro simples pode se perder dentro das notícias que falam sobre desvios de 100.000 reais ou 100 milhões. Mas ele entende perfeitamente a figura de linguagem que chegou agora para falar sobre as posses do ex-líder sindical. Ou sobre uma cozinha planejada adquirida para o triplex no Guarujá, pago por uma construtora.
“Quando você fala que o mensalão desviou milhões, bilhões, de reais, ou menciona compra de apoio parlamentar, isso não quer dizer nada para o ‘brasileiro médio”, diz Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília. “Agora quando você fala em elevador privativo e reformas no sítio pagas por empreiteiras, isso choca demais a população, que passa a ver o Lula como uma farsa. As pessoas tendem a se questionar: ‘esse era o presidente pai dos pobres?”. Segundo ele, nesse cenário o valor envolvido na reforma, por exemplo, não é o fundamental para provocar o desgaste da imagem do petista, mas sim a questão dos valores e da ética.
A vantagem que Lula sempre teve em relação a seus rivais desde que foi eleito em 2003, que é justamente o imaginário popular sobre o homem que saiu da pobreza para olhar pelos menos favorecidos, entra em curto-circuito neste momento em que o juiz Sergio Moro foi elevado a categoria de herói nacional. Vale lembrar, de qualquer forma, que o Guarujá é hoje uma praia de classe média mas está longe dos circuitos dos milionários, assim como a cidade de Atibaia, a uma hora da capital paulista.
A polícia investiga se o sítio seria efetivamente de Lula, embora esteja em nome de amigos, o que caracterizaria ocultação de propriedade. Para aliados do ex-presidente, que saiu do poder com 80% de aprovação, essa leitura é absurda. Em entrevista ao jornal O Globo,o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, diz que qualquer pessoa poderia comprar um sítio ou casa na praia e emprestar a alguém. “Vamos imaginar que eu tenho uma casa na praia e disponibilize para você usar todo final de semana, alguém tem alguma coisa ver com isso? É o caso do sítio”, afirmou. “O problema é que não estão atrás da verdade. Estão atrás de encontrar um jeito de mostrar que o Lula está envolvido na Lava-Jato”, completou Marinho.
Se real ou apenas perseguição política, o fato é que já há quem duvide que o ex-presidente chegue com fôlego de concorrer à eleição em 2018. A empresa de consultoria política e de risco Eurasia Group, que costuma ser ponderada em suas avaliações políticas sobre o Brasil – nunca encampou a tese do impeachment de Dilma, por exemplo – chegou a cravar em um relatório que “Lula está fora da corrida presidencial de 2018”. Para justificar a análise, cita um estudo segundo o qual as chances de um presidente emplacar sucessor quando sua popularidade é menor do que 40% gira em torno de 6%. “A aprovação de Dilma gira em torno de 10% a 15%”, diz o relatório. Soma-se a isso “a profundidade com que o escândalo da Lava Jato já rebaixou Lula aos olhos de 70% da população”.
Caldas, da Universidade de Brasília, hesita em tirar Lula do páreo em 2018, em todo caso. “Prova disso é o mensalão. Todos davam ele como acabado em 2004, e no entanto em 2006 ele se reergueu e foi reeleito”, afirma o professor, que, no entanto, vê diferenças no tipo de escândalo que resvala no ex-presidente agora. O único cenário no qual o cientista político vê o fim das pretensões presidenciais do petista é caso ele seja condenado na Justiça.
O analista político Thiago de Aragão, da Arko Advice, concorda com a avaliação de Caldas. “É complicado colocá-lo como carta fora do baralho faltando dois anos para as eleições, principalmente no Brasil, onde a população tem uma enorme capacidade de perdão e esquecimento”, afirma. No entanto, ele faz uma ressalva com relação à diferença nos momentos econômicos vividos no país à época do mensalão e agora: “Quanto mais a economia cresce, mais a sociedade é tolerante com a política, e o contrário também é verdade. Os anos do mensalão foram de esperança, foi um momento positivo para a economia nacional”. Hoje, com a atual crise econômica e o aumento do desemprego, Aragão diz existir uma parcela da população que relaciona o “o petrolão com a crise”. “Um indivíduo que acabou de perder o emprego e está em casa assistindo TV vê uma reportagem com os números dos desvios na Petrobras, e faz essa associação. E no final, tudo isso é canalizado para o Lula e o PT”.
Até o momento o ex-presidente prestou depoimento no âmbito da operação Zelotes, que investiga a compra de Medidas Provisórias durante seu Governo e a venda de sentenças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. No entanto até o final do mês ele e sua mulher, Marisa Letícia, devem depor na condição de investigados. Para o Instituto Lula, "fracassaram todas as tentativas de envolver o nome do ex-presidente no processo da Lava Jato, apesar das expectativas criadas pela imprensa, pela oposição e por alguns agentes públicos partidarizados, ao longo dos últimos dois anos".
De acordo com a nota, tentativas do mesmo gênero feitas no âmbito da Zelotes também devem fracassar. Não há nenhum elemento que justifique a mudança do tratamento. Sobre o inquérito que irá apurar eventuais responsabilidades de Lula no caso de vendas de MPs, o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, afirmou que o petista "foi ouvido no dia 6 de janeiro na condição de informante, sem a possibilidade de fazer uso das garantias constitucionais próprias dos investigados", e que "não há nenhum elemento que justifique a mudança do tratamento [de tratá-lo como investigado]". (MSN)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Bicudo diz que Lula enriqueceu de forma ilícita: "se corrompeu e corrompe a sociedade"

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Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, os autores do pedido de impeachment mais célebre do impeachment, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal falaram sobre o parecer e criticaram o PT e principalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também fizeram críticas sobre a oposição, classificadas por eles como fraca.
Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, afirmou que Lula enriqueceu de forma ilícita e com uso da figura da presidência da República. "O Lula se corrompeu e corrompe a sociedade brasileira como ela é hoje através da sua atuação como presidente da República", declarou.
O jurista afirmou que, evidentemente, não está na linha de frente do pedido de impeachment por benefício próprio. Ele afirmou que o PT "vestiu-se de uma vestimenta de que o partido era o salvador da pátria". Bicudo disse que "ele foi nessa" e não era isso que era. "Quando eu percebi que não era, eu saí do PT", ressaltou. Ele se afastou do PT em 2005, quando explodiu o escândalo do mensalão. 
Ao falar sobre a maior decepção dentro do partido, Bicudo citou o suposto enriquecimento ilícito do ex-presidente. "O que mais me impressionou foi o enriquecimento ilícito do Lula. Ninguém fala nisso, mas eu conheci o Lula numa casa de 40 metros quadrados. Hoje, o Lula é uma das grandes fortunas do País. Ele e os seus filhos".
Ele afirmou ter conhecido o ex-presidente quando ele era um postulante ao governo do Estado de São Paulo. "Era um panorama completamente diferente do que se vê hoje no Lula quando ele fala. Ele falava para obter o poder e usar o poder em benefício próprio e dos seus, da sua família e todo mundo sabe disso. Quem é que está atrás disso? Quem quer que isso venha à tona. É preciso ver o que essas pessoas fizeram para ter isso", afirmou. O poder não deve ser fruto para você atingir os seus objetivos pessoais, afirmou. 
Bicudo ainda disse que o "Lula é o dono do PT" e que o ex-presidente é maior que o partido. Tirando o ex-presidente, não há nenhum quadro. Ele afirmou ainda que o partido "contaminou as instituições do Brasil de ponta a ponta" e criticou o Judiciário, ao afirmar que processo para escolha de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) é completamente viciado. 
Para o jurista, a saída da Dilma não vai gerar trauma. "As pessoas vão respirar fundo, dizendo: 'Puxa, saiu".
Oposição fraca e autoritarismo
A oposição também foi criticada pelo jurista, classificada por ele como "bastante covarde" em relação ao pedido de impeachment da presidente. Ele ainda vê dificuldades de que o processo seja levado adiante se não houver engajamento da população. 

Janaína também afirmou que é frustrante a posição da oposição. "É frustrante quando nós ouvimos os principais representantes, os porta-vozes – digamos assim – da oposição fazendo a defesa do governo. Veja, ninguém está pedindo pra acusar, até porque, ninguém é obrigado a concordar com o nosso ponto de vista. Eventualmente, o ex-presidente Fernando Henrique tem elementos pra entender que não é oportuno, que não seria adequado. E nós temos que respeitar a opinião dele”, afirmou a advogada. 
"Mas ele que guarde a opinião para ele", afirmou Bicudo. "É lógico, é evidente. Porque ele está querendo amealhar vozes contrárias [ao impeachment]. Olha o governador de São Paulo, por exemplo, [afirmou] que ‘não é momento para o impeachment’. Como é que ele sabe que não é o momento? Ele quer empurrar o pedido pra trás, não pra frente”
Bicudo ainda criticou o presidente do PT, Rui Falcão, classificado por ele como um "autoritário, que se sente dono do partido. Como você pode conciliar o sistema democrático com esse tipo de partido? Não existe. Esse é um partido da autoridade, autoritário". Por outro lado, o jurista afirmou que não se arrepende de ter participado da fundação do PT porque no momento tinha a ideia de um partido popular, para fazer reformas necessárias, para que toda a população gozasse das benesses. 
Janaína ainda afirmou que o autoritarismo do PT pode ser vista através dos parceiros dele do ex-presidente Lula e da presidente Dilma. "Eles reverenciam ditaduras. E isso reiteradamente", afirmou a advogada. Ela destaca que eles têm razão em criticar a ditadura militar, porém "as ditaduras da América Latina dos dias de hoje são protegidas, são reverenciadas, os ditadores vêm aqui e são tratados como chefes de Estado, como quaisquer outros [...] O autoritarismo também está aí". Ela afirmou que isso é o reflexo do sentimento de que "tudo é deles. Quando eles reverenciam estas ditaduras, quando a financiam, eles estão mostrando que tudo é deles. A Petrobras é deles, o dinheiro público é deles. Lidam como se fosse deles e não do povo". (IM)

Herdeiros de políticos ocupam metade da Câmara

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Felipe Maia (DEM-RN) é filho do senador José Agripino Maia (DEM-RN), cujo pai e tio também foram políticos
Conhecida por debates acalorados quando se trata de discussões sobre a “família tradicional”, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara foi cenário de um debate inusitado sobre outros tipos de famílias – as de políticos – no fim de outubro, durante a votação do Projeto de Lei nº 6.217, de 2013. Proposta pelo deputado Esperidião Amin (PP-SC), a iniciativa pretende chamar a BR-101 em Santa Catarina de Rodovia Doutora Zilda Arns, excluindo naquele trecho a homenagem ao ex-governador Mário Covas. O nome do paulista batiza todos os quase 5 mil quilômetros da estrada desde setembro de 2001, seis meses após o falecimento do político.
O clima ficou tenso na CCJ. Ninguém diminuía a importância de Zilda Arns, brasileira indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 1999, mas muitos se mostravam incomodados com a retirada do nome de um político de uma obra. Durante as discussões, houve exemplos – críticos ou elogiosos – de pontes no Piauí e em Santa Catarina com dois nomes: cada sentido da via para um cacique local. “Há certamente novas rodovias, novas obras que serão construídas em Santa Catarina e a que, de forma consensual, o nome da Zilda Arns poderia ser definido. Se começarmos a abrir aqui um precedente de ratear uma rodovia, uma estrada, para homenagear vários nomes, vai se criar, além de uma atitude desagradável, até um conflito para quem vai pegar o endereço”, protestou o deputado Mainha (SD-PI).
José de Andrade Maia Filho, o Mainha, é filho de José de Andrade Maia, que foi prefeito de municípios do Piauí e suplente de senador. Em Itainópolis, a herança paterna na prefeitura garantiu a Mainha o início da carreira política, em 1996, quando também se elegeu prefeito do município, aos 22 anos. Mas, justiça seja feita, ele não foi o único membro da CCJ a protestar, o que levou ao adiamento da apreciação do projeto. Deputado mais votado na Paraíba em 2014, aos 25 anos, Pedro Cunha Lima (PSDB-PB), filho do ex-governador e hoje senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), foi um dos que também se posicionaram contra a medida.
A discussão ilustra um mecanismo muito antigo da política nacional e especialmente significativo na atual legislatura na Câmara. De teor fortemente conservador, ela é também a que possui maior porcentual de deputados com familiares políticos desde as eleições de 2002. Um estudoda Universidade de Brasília (UnB) publicado no segundo semestre de 2015 analisou os 983 deputados federais eleitos entre 2002 e 2010 para concluir que, no período, houve um crescimento de 10,7 pontos percentuais no número de deputados herdeiros de famílias de políticos, atingindo 46,6% em 2010 – número próximo aos 44% encontrados pela Transparência Brasil no mesmo ano.
Logo após a última disputa eleitoral, a ONG divulgou outro levantamento que concluiu que 49% dos deputados federais eleitos em 2014 tinham pais, avôs, mães, primos, irmãos ou cônjuges com atuação política – o maior índice das quatro últimas eleições.
Atualmente, o estado que ilustra melhor o poder das dinastias nas eleições é o Rio Grande do Norte, onde 100% dos oito deputados eleitos se encaixam no perfil das pesquisas. A lista contempla Fábio Faria (PSD), filho do atual governador do estado, Robinson Faria (PSD); Felipe Maia (DEM), filho do senador José Agripino (DEM); Antônio Jácome (PMN), pai de Jacó Jácome (PMN), eleito deputado estadual em 2014 aos 22 anos; Rogério Marinho (PSDB), neto do ex-deputado federal Djalma Marinho (UDN, Arena, PDS); Zenaide Maia (PR), esposa do prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado (PR); Walter Alves (PMDB), de um dos clãs mais tradicionais do estado, com ex-ministros, ex-governador e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB); Rafael Motta (PSB), filho do deputado estadual Ricardo Motta (Pros); e Betinho Segundo (PP), da família Rosado, que domina a segunda maior cidade do estado, Mossoró, é neto de governador e bisneto de intendente – nome que se dava aos prefeitos até 1930.
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José Bonifácio, o Patriarca da Independência, é o nome mais famoso do clã Andrada, família que está no Congresso há 190 anos

E os elos familiares com o poder podem ser, em alguns casos, ainda mais antigos. A descendência de José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), por exemplo, se sucede em postos nas estruturas de poder desde o período colonial e conta, até hoje, com um representante na Câmara, o deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), no décimo mandato consecutivo.
Coordenador do levantamento que analisou as três primeiras eleições deste século, o professor de ciência política da UnB Luis Felipe Miguel observa que em diversas áreas é comum que os filhos sigam a carreira dos pais. O problema no caso da política é que ela não deveria ser considerada uma profissão. “Na política, isso é mais sério, pois ela deveria ser uma atividade aberta a todos os cidadãos”, diz. Diferentemente de outras áreas, continua o professor, nem sempre há isso de os filhos se aproximarem pela familiaridade com as profissões dos pais. “Há, sim, estratégias das próprias famílias para manter os espaços de poder, com filhos ou parentes que são muitas vezes empurrados para ocupar essas posições, quem sabe até contra as próprias inclinações. Isso é sim ruim pra democracia.”
Para Miguel, as estratégias de manutenção dos clãs no poder acabam por torná-los uma espécie de empreendimento – uma vez que a política também é vista em muitos casos como forma de enriquecimento pessoal –, com projetos bem definidos para a ocupação até mesmo de espaços que credenciam para a disputa eleitoral. Um exemplo é a carreira de Paulo Bornhausen (PSB-SC), filho do ex-governador e cacique do DEM catarinense Jorge Bornhausen. “O Paulo, que seria o herdeiro, foi deputado estadual, federal, candidato a senador [derrotado em 2014], mas antes de ser lançado candidato ele ocupou durante alguns anos um programa de rádio de apelo popular numa rádio de bastante audiência de Florianópolis”, explica Miguel.
Para o professor da UnB, como o processo eleitoral brasileiro é marcado pela desinformação e despolitização, pontos como o discurso e as propostas dos candidatos e mesmo a reputação ou a probidade do familiar que pede os votos não fazem diferença. “O que as famílias políticas controlam e legam na verdade são os contatos com financiadores, com controladores de currais eleitorais, com uma teia de apoiadores que disputam outros cargos, esse savoir-faire e esses recursos que dão aos herdeiros uma série de vantagens nas disputas eleitorais”, explica Miguel.
Conservadorismo
Nas eleições de 2002, 2006 e 2010, a diferença do número de beneficiados pelo parentesco na direita e na esquerda aumentou. Os herdeiros conservadores ampliaram a margem numérica sobre os progressistas, antes de 13 pontos percentuais, para quase o dobro (22,5 pontos porcentuais) em 2010, acompanhando o progressivo aumento de bancadas como a ruralista e a evangélica na Câmara no mesmo período. Em 2014, segundo uma análise feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), os brasileiros elegeram o Congresso Nacional mais conservador desde 1985 – o que acabou resultando, em 2015, no avançar de pautas como a redução da maioridade penal, o Estatuto da Família e a revogação do Estatuto do Desarmamento, todas na Câmara.
Para Ricardo Costa Oliveira, cientista político e sociólogo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), os elos de parentesco “são um fenômeno social e político do atraso” e estão intimamente ligados ao conservadorismo. “É uma relação direta. A maioria dos deputados federais com menos de 40 anos é de família política. Eles herdam não só o capital, mas a visão de mundo e as pautas conservadoras. Assim, temos jovens que defendem o que os avôs já defendiam”, explica. Em 2010, segundo o estudo da UnB, mais da metade (52,1%) dos deputados que ocuparam na Câmara o primeiro cargo público da carreira tinham o capital político familiar como herança. E, em 2014, apenas 15% dos deputados que chegaram à Câmara com até 35 anos não receberam o empurrãozinho de um sobrenome político, segundo a Transparência Brasil.
“Historicamente essas dinastias políticas tendem a se formar mais à direita do que à esquerda. Aqueles que ocupam posições na elite política pertencem aos segmentos privilegiados da sociedade, estão numa posição de elite, com as vantagens materiais e simbólicas associadas a isso, e quem ocupa essas posições tem mais incentivos para ser conservador”, analisa Miguel. Quando as novas gerações tentam se adaptar aos novos tempos, em geral não fazem nada mais do que modernizar velhos discursos. “Vamos supor que em 2018 elejamos uma Câmara mais arejada, mais progressista. Ela não terá metade dos integrantes oriundos de famílias políticas, como é hoje.”
Mais que isso, o sistema eleitoral e político é estruturado de tal forma que muitos partidos novos acabam se moldando ao modo de funcionamento das velhas oligarquias. “O perfil de representação parlamentar petista, por exemplo, mudou muito. As primeiras bancadas eram compostas em grande parte por lideranças vindas diretamente dos sindicatos. Depois, chegou o padrão de carreira eleitoral mais gradativa – com eleições sucessivas de um candidato a vereador, depois deputado estadual e federal. E já começam a surgir famílias políticas no PT.”
Entre as dinastias que começaram a se organizar no partido nas últimas décadas estão a dos irmãos Viana, no Acre, Jorge – duas vezes governador e hoje senador – e Tião, recém-reeleito para o governo estadual; do clã paulista dos Tatto, com Jilmar, Ênio, Arselino, Jair e Nilto, que acumulam cargos como vereadores, deputados estaduais e federais; dos Dirceu, com o ex-prefeito de Cruzeiro do Oeste (PR) e hoje deputado federal Zeca Dirceu, filho de José Dirceu, nome histórico do PT e condenado por integrar o núcleo político do mensalão; os Genro, com o ex-governador gaúcho Tarso Genro e a filha Luciana, que migrou para o Psol; os irmãos José Genoino, ex-deputado federal e ex-presidente da sigla, condenado no mensalão, e José Guimarães (CE), líder do governo federal na Câmara; e os Lula, com a neta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bia Lula, na secretaria de juventude do PT em Maricá (RJ).
Na Câmara, ainda de acordo com o levantamento da Transparência Brasil, o Nordeste encabeça a lista das regiões com mais herdeiros (63%), seguida pelo Norte (52%), Centro-Oeste (44%), Sudeste (44%) e Sul (31%). No Senado, entretanto, Sul, Sudeste e Centro-Oeste estão à frente (67%), seguidos pelo Nordeste (59%) e Centro-Oeste (42%). “Esse é um fenômeno nacional. Tenho um doutorando pesquisando o poder no Paraná. Acham que aqui, como o estado é novo, de imigração europeia, poderia ser diferente; mas constatamos a mesma estrutura hereditária de mandonismos familiares que vemos na Paraíba ou no Maranhão”, comenta o professor Ricardo Oliveira, da UFPR.
Apesar de se evidenciar em locais de difícil acesso a posições eleitorais privilegiadas por outros meios – como a mídia, os sindicatos e as igrejas –, os índices de parentesco no Senado mostram que a transferência de votos entre familiares é um fenômeno generalizado. “Nos Estados Unidos, onde o sistema eleitoral é por voto distrital, as taxas de reeleição são altíssimas, na casa dos 90%. É muito frequente, quando um deputado morre, a vaga ser ocupada pela viúva. Também lá, tivemos pai e filho na Presidência nos últimos 30 anos [George H. W. Bush e George W. Bush] e agora uma candidata [Hillary Clinton] que é esposa de outro ex-presidente”, observa Miguel. Para o pesquisador, as dinastias se enfraquecem onde os debates são mais programáticos, como em algumas democracias europeias, embora também lá as famílias contribuam, em menor escala.
Tentáculos
Estudioso de genealogia e poder há duas décadas, Oliveira diz que a oligarquização da política se reflete não só no Congresso Nacional, mas em assembleias estaduais, câmaras de vereadores, nos poderes Executivo e Judiciário e na mídia. “Aí você fecha o cerco. É aquela rádio no interior onde você [o candidato] tem a sua base garantida”, diz. O estudo coordenado por Luis Felipe Miguel, da UnB, constatou que, entre 2002 e 2010, um em cada quatro dos eleitos (23,6%) que tinham parentes políticos apresentava vantagem também no capital midiático, quase 50% a mais do que entre aqueles sem elos familiares (16,5%).
Como esse cenário atinge todas as esferas de poder da sociedade, o professor da UFPR não crê em mudanças senão no longo prazo. “Precisamos rediscutir o sistema político e partidário. Escrevi há 20 anos que haveria essa concentração de poderes familiares”, afirma. Miguel defende como mais necessárias mudanças em dois dos principais sustentáculos da política e do modo de praticá-la pelas dinastias. “A sua relação com o poder econômico – não só o financiamento eleitoral de campanha [derrubado pelo Supremo Tribunal Federal e que já deixa de valer para os pleitos municipais de 2016], mas também os lobbies e a corrupção – e a questão dos meios de comunicação de massa. Se a gente não mexer nisso, podemos virar o sistema eleitoral do avesso que os grandes eixos de enviezamento e manipulação estarão presentes”, diz. (CF)

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